Uma alimentação saudável, portanto,
não se limita a "encher" o estômago humano. Além de responder às
suas necessidades nutricionais, deve potencializar todas as suas funções
biológicas vitais, auxiliando na renovação celular e demais processos
metabólicos, promovendo um bem-estar nos planos físico, mental e até
espiritual. Afinal, quem pode se dar ao luxo de buscar a DEUS se estiver
repleto de gastrites, prisão de ventre, hipertensão, diabetes e tantos
outros males "terrenos" originados em maus hábitos alimentares?
Ou seja, não basta apenas cultivarmos o propósito de "não morrermos
pela boca", podemos também obter qualidade de vida através do que
ingerimos nas refeições e lanches.
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Para tanto, é necessário pensar um
alimento qualquer (frutos, folhas, grãos, tubérculos, raízes) a partir da
planta que o origina. O raciocínio é simples (e até óbvio): uma planta
sadia e nutrida de forma equilibrada originará um alimento também sadio e
equilibrado. Mas, o que é exatamente uma planta sadia? É uma planta que
possua os elementos nutritivos necessários para formar uma quantidade
máxima de substâncias que a caracterizam, de forma equilibrada. Isso
significa, que a planta absorve os nutrientes presentes no solo de forma
gradual e de acordo com suas necessidades: nem mais nem menos.
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Na agricultura convencional, com a
aplicação de adubos altamente solúveis, as plantas recebem altas doses de
nitrogênio, fósforo e potássio que se acumulam na seiva promovendo um
desequilíbrio entre as concentrações desses e de outros elementos (como o
magnésio, o molibidênio, o cobre e outros microelementos). Neste contexto,
as plantas crescem, ou melhor, "incham" defeituosamente porque
existe um desequilíbrio entre os componentes celulares. Assim, os tecidos
se desenvolvem fracos, aquosos e suscetíveis a todo tipo de doença. E
plantas que se desenvolveram com uma relação entre os elementos químicos
fortemente alterada, naturalmente, transmitirão aos seres humanos (direta
ou indiretamente através de alimentos de origem animal) sua falta de
vitalidade, sua suscetibilidade e seu desequilíbrio metabólico. Ou seja,
pouco contribuem para que a população desenvolva seus potenciais físico e
mental em plenitude.
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Em contrapartida, o trabalho da
agricultura agroecológica atua no sentido de alcançar uma otimização da
produção agrícola. Isto significa realizar um casamento entre a
necessidade de se obter um certo volume físico de alimentos num longo prazo
e a manutenção de padrões de qualidade nos alimentos. Tais padrões,
obtidos através de diversas práticas de manejo dos insumos,
assim como de insetos e doenças se manifestam em produtos agrícolas
isentos de qualquer contaminação química ou biológica e com propriedades
organolépticas (sabor, textura, aroma) capazes de conferir vitalidade aos
alimentos consumidos.
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Por essas razões, fica claro que os
procedimentos adotados pelas correntes agroecológicas fazem parte de uma
visão global da vida, da natureza e do ser humano. Os sistemas alimentares,
com os quais a Agricultura Orgânica se preocupa vai muito além da atividade
agropecuária em si. Abrangem interações entre as dimensões ecológica,
técnica social e econômica que permeiam todo o sistema de produção e venda
e consumo de alimentos.
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Sabendo da influência dos sistemas
de produção convencional e agroecológico sobre a qualidade do alimento, o
consumidor que optar por alimentos orgânicos ainda precisará se certificar
da autenticidade de tais produtos, o que é possível através da compra de
alimentos com o selo de uma entidade certificadora local ou
nacional.
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Uma dica prática é o consumidor
explorar a região onde mora, buscando produtores ou associações de
produtores agroecológicos como uma forma de privilegiar os circuitos locais
de abastecimento. Desta forma, o consumo de uma dieta equilibrada com
produtos orgânicos na esfera regional contribui para combater a
homogeneização da alimentação, para estimular a manutenção de pessoas no
meio rural e para fomentar a economia das pequenas e médias cidades. Em
outras palavras: alimentar-se corretamente e com produtos orgânicos além de
vitalizar o corpo, revitaliza também a prática da cidadania da qual estamos
tão famintos.
Colaboração de Moyses Veiga - http://www.vidasustentavel.bio.br
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